Poluição do ar é “um assassino silencioso” que mata 7 milhões de pessoas por ano
O relator da ONU sobre direitos humanos e o meio ambiente informou ao Conselho de Direitos Humanos que mais de 6 bilhões de pessoas inalam regularmente ar tão poluído que coloca em risco a sua vida, saúde e bem-estar. David Boyd revelou que um terço dessas vítimas são crianças.
Falando nesta segunda-feira, 4, em Genebra, o especialista considerou a poluição do ar, tanto fora quanto dentro das casas, um assassino silencioso, às vezes invisível e prolífico, que provoca a morte prematura de 7 milhões de pessoas a cada ano, incluindo 600 mil crianças.
Ele destacou que, a cada hora, 800 pessoas morrem de câncer ou de doenças respiratórias e cardíacas “causadas diretamente pela inalação de ar poluído, muitas vezes depois de anos de sofrimento”.
Boyd disse ainda que a falta de garantia de um ar limpo é uma violação do direito fundamental a um meio ambiente saudável, que é legalmente reconhecido por 155 Estados e devia ser reconhecido em todo o mundo.
Contaminantes
O especialista destacou que as pessoas não podem evitar a inalação de contaminantes presentes no ar dentro de casas ou em suas comunidades.
Os poluentes atmosféricos se encontram em todos os lugares, em grande parte causados pela queima de combustíveis fósseis para eletricidade, transporte e aquecimento, bem como atividades industriais, gestão inadequada de resíduos e práticas agrícolas.
Mulheres e crianças, que em muitos países em desenvolvimento passam muito tempo em casa, são afetadas pela poluição do ar de forma desproporcional. Isso ocorre em ambientes internos devido ao cozimento de alimentos, aquecimento ou iluminação com combustíveis sólidos e querosene.
De acordo com o relator, a poluição do ar é um problema que pode ser evitado. Ele pede aos Estados que cumpram suas obrigações legais de garantir ar limpo e defende que essa ação é essencial para garantir os direitos à vida, à saúde, à água e ao saneamento, à moradia adequada e a um meio ambiente saudável.